Barranco cede e encobre parte de casa em Avaré: 'Não tem o que fazer'

3642 Jornal O Avaré 05/12/2015 07:12:12

Cadela criada por moradora ficou ferida e morreu no desmoronamento.
Local atingido fica em um conjunto habitacional no Bairro Camargo.

 

 

Um barranco despencou e encobriu a edícula e a lavanderia de uma casa em um conjunto habitacional no Bairro Camargo, em Avaré (SP). Segundo a pensionista Dirce Aparecida Gutierrez, dona da moradia, uma das cadelas que ela criava ficou ferida e morreu com o desmoronamento, ocorrido há pouco mais de uma semana. “Minha preocupação é da parte de cima ceder de novo. Não temos o que fazer. Como é que vou sair daqui?”, questiona.

Moradores temem que a ribanceira caia de novo depois das recentes chuvas e afete outras residências do local. De acordo com a população, um muro de contenção foi erguido em apenas dois quarteirões. Em nota, a prefeitura informou que recebeu verba do Governo do Estado para fazer a proteção. O órgão disse que 29 muros em casas foram levantados, mas que não sabe quantos faltam, já que nenhum levantamento foi realizado.

A Secretaria de Habitação do Estado respondeu que o acompanhamento técnico não identificou trincas ou rachaduras nas edificações erguidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), mas em ampliações realizadas pelos moradores. O órgão ressaltou que o projeto original do espaço, entregue há mais de 10 anos, não previa obras de contenção.

O problema no Bairro Camargo já foi relatado anteriormente pela TV TEM. Em 2012, a queda do barranco fez com que uma mulher ficasse soterrada por alguns minutos. Nos anos posteriores, em 2013 e 2014, foram feitas reportagens no local para mostrar que moradores plantaram árvores no barranco para tentar impedir que a ribanceira pudesse vir abaixo novamente. No entanto, o serviço não adiantou.

Apesar de ter recebido investimentos de mais de R$ 600 mil para solucionar o problema, a população conta que o local continua inseguro. De acordo com a aposentada Maria Benedita Guimarães, os moradores precisam ser atendidos com urgência. “As casas estão comprometidas. Nós pedimos para que os responsáveis tragam uma solução. Estamos pedindo por socorro”, afirma.

Mesmo quem recebeu parte das obras feitas no bairro demonstra insatisfação. Para o motorista Leandro Aparecido de Oliveira, que mora em uma das quadras com muro de arrimo, o serviço não traz confiança. “Veio uma equipe, levantou o muro e deu nisso. Casa trincada e rachando. Não é só a minha, a dos vizinhos também. Estamos indo para baixo”, comenta.

Resposta do Executivo
A administração municipal ressaltou que já solicitou novos recursos para a construção de mais muros. No entanto, ainda não obteve respostas do Governo Estadual. O prazo para o término dos trabalhos não foi definido. Uma equipe da Defesa Civil esteve no local e verificou as obras já erguidas, mas, conforme o órgão, nenhum risco foi constatado.

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