Cratera avança para dois bairros de Avaré e desvaloriza terrenos vizinhos

2059 Jornal O Avaré 06/10/2015 00:34:22

'Está chegando perto das casas, é uma preocupação', lamenta empresário.
Prefeitura alega que está buscando recursos junto ao governo estadua

A Prefeitura de Avaré afirma que está em busca de recursos do governo do estado para solucionar o problema. O prefeito esteve na Casa Militar com o relatório de fotos e laudos técnicos da erosão para detalhar à Defesa Civil, diz o órgão. Por enquanto, nenhuma casa precisou ser interditada e ainda não há um prazo para uma solução definitiva, completa o Executivo.

Em novembro de 2014, o G1 e a TV TEM mostraram que o problema já era grande e preocupante. Em fevereiro, análise de técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) constatou que a erosão tinha 20 metros de profundidade por 20 metros de comprimento. A água das ruas que segue para a área seria a causa da erosão, disse o órgão na época. Nenhuma medida definitiva foi tomada desde então, e o buraco aumentado, dizem moradores.

Apesar de ainda não ter afetado a estrutura de nenhuma casa, a cratera é motivo de preocupação para o funcionário público André Ricardo de Paulo. Ele tem a residência mais perto do trecho. “Procurei fazer uma estrutura boa para que não tenha rachaduras na casa, porém, se o solo ceder, não há estrutura que aguente”, conta.

A equipe do IPT informou que foi chamada em setembro deste ano para prestar um atendimento emergencial na área, em função das chuvas que ocorreram na metade do mês. O instituto afirma ainda que o relatório final será entregue à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de São Paulo em novembro com indicações de soluções para o problema da erosão. Em seguida, o relatório será entregue à prefeitura, já que o contrato foi assinado dentro do programa de apoio tecnológico aos municípios oferecido pelo estado.

Opinião de especialista
O professor de engenharia agrônoma Luis Rodrigo Miyamoto explica que, como as chuvas continuam, a tendência é que o buraco continue a aumentar. “Estamos em um ano de El Ninõ, um fator climático que intensifica muito as chuvas fortes no sul e sudeste. Com certeza a intensificação vai ser bem maior desse problema.”

Para tentar amenizar o problema, a prefeitura adaptou alguns bolsões de terra para segurar a água da chuva e evitar que ela escorra com força até a cratera e aumente ainda mais a erosão. Mas a solução definitiva, ainda segundo o engenheiro, seria o aterramento da área, a recolocação da tubulação para escoamento da chuva e reflorestamento. "Tem que haver complementos como revegetação da área, um projeto de recuperação ambiental e talvez uma correção do solo que é arenoso e fraco”, opina.

 

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