Déjà Vu Ed. 20.12

3455 Jornal O Avaré 22/12/2014 07:59:36

Déjà Vu (Já Visto)                                     

por: Carlos “Cam” Dantas

e-mail: colunistacarloscam@gmail.com

Que se dane o povo; para os bancos o que importa é o lucro

A situação do descaso bancário para com os avareenses é público e notório. Só para aqui ficar nuns poucos exemplos, vale citar os requerimentos nº 200/2014 de Júlio César Theodoro “Tucão” datado de 17/02/2014 que solicita ao Setor de Fiscalização o relatório quanto ao número de autuações no ano de 2013, referente à Lei Municipal vigente que dispõe sobre o tempo máximo de permanência de 20 minutos em filas bancárias para o atendimento, em razão do constante descumprimento da referida norma legal e o de nº 1098/2014 de Carlos Alberto Estati - DEM datado de 04/08/2014 solicitando urgente fiscalização perante a agência 006 do Banco Santander que vem operando de forma deficitária, pois mesmo em dia de fluxo intenso, efetiva atendimento ao público bancário em uma estrutura dotada para operar com sete caixas, mas, atende somente com três. Justificando, o vereador do Democratas destaca que a citada postura prejudica em muito a celeridade do atendimento causando desgaste desnecessário aos consumidores/munícipes, e ao proceder assim, o citado banco demonstra toda a sua indiferença com o usuário bancário e revela sua visão obstinada por lucros, em detrimento de seu real papel e missão, qual seja a sua função social. E pede para ser oficiado ao Banco Central do Brasil e a fundação PROCON, também ao Setor de Fiscalização da Prefeitura Municipal de Avaré. Destes, só o Banco Central respondeu que não regulamenta filas em agências bancárias. Cita que há Leis estaduais e Municipais que limitam o tempo de espera em filas, mas não há normas desta Autarquia ou do CMN sobre o tema. A Fundação PROCON e a fiscalização municipal ignoraram a denúncia já que até o momento não responderam se alguma providência efetiva foi tomada.

Quanto ao requerimento nº 200 de autoria do vereador “Tucão”, o setor de Fiscalização/ISS, sob supervisão de Flávio Denardi, esclareceu que no ano de 2013 não foram feitas multas às agências bancarias, pois não ocorreram denúncias, mas neste ano de 2014 (janeiro e fevereiro), já foram feitas duas multas: uma ao Banco do Brasil (Agência da Rua Santa Catarina) e outra ao Banco Bradesco SA, ambas no valor de R$ 36.200,00.

# Agências também contam com o desleixo de correntista e consumidor bancário. Ninguém denuncia?  Vejam as multas! É muito pouco ou quase nada em se tratando dos inúmeros problemas verificados diuturnamente nas agências bancárias, particularmente todo início de mês, justamente em uma cidade de 100 mil habitantes. Da mesma forma a culpa é do “jeitinho brasileiro”. Explico: Todos sabem que o banqueiro é um dos principais financiadores de campanhas eleitorais neste país (e de outros mimos mais). Desta forma, quando acontece (e se acontece. Huumm!) o desrespeito da lei, para amenizar (e minimizar. Huumm!) uma punição e/ou fazer vistas grossas para a eventual ocorrência, a pressão costuma vir de cima prá baixo, em todas as esferas da administração e/ou fiscalização; isso tanto em âmbito estadual quanto municipal.

Também, constantemente, se verifica a negligência, justo daquele que deveria fazer valer seu direito, que só reclama no momento e reservadamente no local, quando então “chia, grita, esperneia”, mas não concretiza sua reclamação junto aos órgãos competentes. Senão vejamos! O PROCON-Avaré, através do Departamento de Atendimento e Orientação ao Consumidor fez publicar no Semanário Oficial do Município nº 697, de 06/12/2014, as reclamações finalizadas (presume-se que até o mês de Novembro/2014 - total de 313 registros em 3.048 atendimentos nas mais diversas áreas), sendo estas um número ínfimo em se tratando de agências bancárias, reclamações que, por sinal, não tiveram sua natureza específica delineada. Por exemplo: Regiane dos Santos - Banco Santander; Carlos Eduardo Querido Marson - Banco HSBC; Matheus H. de Telles - Banco Santander; Raquel M. Nicolosi; Neusa M. Ferraz - Banco Santander; Roseli de Lima Barbosa - Banco Bradesco; Cecilia Marins de L. Paes - Banco Bradesco; Benedito Pedro da Silva - Banco Bradesco; Edgar de Amorim - Banco Bradesco.

Assim posto, vamos ao nosso “Déjà Vu Tupiniquim”, com a opinião: “As Filas e a Ganância dos Bancos”, publicada no Jornal Diário da Terra de 24 de dezembro de 2003. O texto começa assim: Tempos atrás, dificilmente enfrentávamos filas nas agências, como também os bancos pagavam juros aos correntistas que mantinham saldo em sua conta. Os banqueiros, ávidos, conseguiram convencer o governo, primeiramente, de que não poderiam manter aquele número de funcionários, que o custo era muito alto, que com a automatização que seria posta em prática, o bancário atendente, seria descartável “uma peça de museu”; também de que não deveriam mais pagar esses juros e ficamos do dia para a noite sem direito a receber remuneração devida por todo o dinheiro que fica disponível para os bancos. Nossos banqueiros concluíram que não eram os correntistas, com seus depósitos, que sustentavam parte das atividades financeiras dos bancos, mas sim que os bancos é que prestavam o serviço de acolher nosso dinheiro, permitindo sua movimentação. Assim, depois de mais acordo com o governo, passaram a cobrar pelos serviços dessas movimentações bancárias. Passamos, então, a pagar inúmeras taxas de serviços, debitadas automaticamente em nossa conta.

Mas a ganância é como droga: vicia. Com infraestrutura bem montada, descobriram que poderiam tomar mais dinheiro de nossas já exauridas contas e passaram a vender os famosos “produtos” bancários tais como seguros, convênios, aplicações com sorteios. Aqui chegamos ao ponto; não se trata de simples oferta. Sofremos quase que mensalmente verdadeiro “assédio comercial”. Há Lei contra isso? Funcionários do Banco chamam-nos para adquirir os produtos e, se nada adquirirmos, chamam a atenção pela falta de reciprocidade.

Que reciprocidade? Ficar muitas vezes, mais de uma hora na fila, não conta, parece normal para essa gente. Esquecem-se esses banqueiros que, agora em Avaré, o pronto e devido atendimento Bancário é Lei, foi aprovado pela Câmara e sancionado pelo executivo. De autoria do vereador Carlos Rodrigues nela consta que ninguém pode ficar na fila mais de 20 minutos. Mas, na prática, tal fato não está ocorrendo.

A Lei em vigor não está sendo respeitada, apesar de toda a divulgação dada pelo Legislativo Avareense. Quem demorar a ser atendido deve reclamar e fazer valer seu direito.

 

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