DÉJÀ VU (JÁ VISTO) ED. 21.03

3282 Jornal O Avaré 27/03/2015 09:24:31

Déjà Vu (Já Visto)                                 ed. 21/03/2015    

por: Carlos “Cam” Dantas

 

e-mail: colunistacarloscam@gmail.com

“Fora Poio” ficou de fora no “Fora Dilma”

 

Alguns até que tentaram; mas não vingou. Poio saiu ileso! Pelo simples fato de, praticamente não ter sido molestado através de faixas e cartazes durante a manifestação “Fora Dilma” ocorrida em Avaré no domingo, 15, ele está se considerando um vitorioso. Outros seus colegas prefeitos na região não tiveram a mesma sorte. O Corpo de Bombeiros estimou o público presente em 1500 pessoas, número aceito pelos promotores, que convocaram o ato via internet. Contudo, essa passagem incólume pelo manifesto não pode (nem deve) ser comemorada no Paço Municipal. Para o supersticioso foi um sinal, como que a dizer: “tome tento prefeito”. Até que foi visto uma faixa com os dizeres: “Dr. Poio: Peça pra sair”. Ocorreu que o manifestante foi “convencido” pela organização a se retirar. E atendeu o “gentil” pedido. Dentro da ideia exposta, tal solicitação, neste momento, deveria ser dirigida para secretários relapsos, ineficientes, e...(deixa prá lá, não vai adiantar mesmo!)

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O governo Poio Novaes carece de oxigenação. Precisa respirar, até porque a própria base começa “lhe apertar o pescoço”, principalmente ao ocupar a Tribuna quando da Palavra Livre. (Ainda que determinado vereador tenha esbravejado bastante durante o período de recesso parlamentar de fim de ano, para depois, quando do reinício dos trabalhos legislativos, por conveniência, voltar a defender a atual administração com “a faca nos dentes”). Os edis também estão descontentes com o corpo de auxiliares que o prefeito nomeou (ou teve que engolir goela abaixo, não se sabe) por força de acordo suprapartidário e entidades que o apoiaram nas eleições de 2012. A recente divulgação das obras e conquistas de seu governo conforme release elaborado pela Secretaria Municipal de Comunicação (arre égua!) na TV Tem, Record e Band já ajuda amenizar a força “das porradas”. (E na imprensa local, matéria paga não pode ser publicada? Só “de grátis”?) Contudo, já não era sem tempo! A propaganda governamental torna-se imprescindível nessas épocas de “vacas magras”, pois no ringue da política é preciso estar atento até o soar do gongo. A qualquer momento pode vir um gancho de “esquerda”, seguido de um cruzado, e levar o lutador à lona.

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Vou desenhar! Para ilustrar podem ser citadas as graves ilegalidades do Plano Diretor Participativo, constatadas pela CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito presidida pelo vereador Denílson Ziroldo - PSC, cujo relatório final foi enviado ao MP Estadual recentemente; certas obras com recursos do DADE colocadas sob suspeitas; algumas construções e reformas de escolas com verbas do FUNDEB questionadas pelos vereadores, ou aqueles editais e publicidades mandados publicar por organizações da iniciativa privada nas páginas do Semanário Oficial do Município, supostamente com anuência da Secretaria Municipal de Comunicação, (vide requerimento nº 1851 de 01/12/2014), empresas estas que têm no corpo diretivo, “privilegiados” Secretários Municipais e/ou destacados integrantes de Comissões do Plano Diretor avareense. “Senão como explicar tais inserções?” E esse procedimento indevido, em tese, pode caracterizar ato de improbidade administrativa; entre tantos outros fatos desabonadores comentados nos “bastidores do poder” e originar um golpe demolidor, com abertura de contagem, nesta luta desigual travada pelo administrador Paulo Novaes Filho. (É o tal do “soco amigo”). Apesar de tudo, no placar dos jurados, quem sabe se ainda não poderá empatar (vencer se mostra difícil, mas não impossível) esse combate, hoje, ingrato. Quem sabe, Prefeito Poio!

 

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Assim posto, vamos ao nosso “Déjà Vu Tupiniquim” com a opinião “CORAGEM BARCHETTI” de autoria de José Carlos Santos Peres publicado no jornal “A VOZ DO VALE” de 02/07/2011 que começa assim:

(O prefeito de Avaré, que convive com a incógnita falange discricionária está pagando pelo que não deve. A sabedoria popular, revestida do conveniente humor caipira, afirma que “quem dorme com criança amanhece mijado”. Nessa hora, fraldas não resolvem. O jeito é separar as camas” – do professor Franzolin).

 

Percebe-se um movimento, ainda lento, porém consistente, de resgate de popularidade pelo prefeito Barchetti, após últimos acontecimentos. As pessoas começam a se dar conta da atitude correta do prefeito em romper com status quo político, embora não se saiba ainda o quanto vai durar essa dissidência, que a Base Ressentida já o ameaça com CPIs, e passou a fazer sérios questionamentos ao seu governo, ao usar a Palavra Livre na Câmara. A verdade é que Barchetti demorou tempo demais para estabelecer equidistância entre Executivo e Legislativo. Havia uma convivência muito próxima, muito íntima entre os dois poderes. E isso não foi e não é bom, em se sabendo da práxis política. Os poderes devem ser harmônicos, porém necessariamente independentes. No caso avareense a simbiose entre Executivo e parte da Câmara não fez bem a nenhuma das duas instâncias, porque a harmonia se assentava no jogo de interesses; tanto é verdade que secretarias foram distribuídas entre vereadores e nomeações foram indicadas por vários deles. Quer dizer, era uma harmonia forçada, costurada em negociações, de acordo coma filosofia do “é dando que se recebe”. Talvez no governo de Joselyr a prática tenha sido a mesma. A diferença é que o ex-prefeito sabia lidar melhor com a classe política. Com ele, vereador não entrava a qualquer momento no gabinete; não ficava ligando de hora em hora, pedindo, cobrando, pressionando. Enfim, Joselyr não se deixava refém.

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Barchetti, pelo contrário, sempre foi mais cordial, mais aberto ao convívio, mais conciliador e daí, mais exposto... Devia ter mantido distância, como o outro sabia fazer. Mas o prefeito dá sinais de resgate de popularidade (pelo menos é essa a sensação desta articulista, conversando com as pessoas) porque está destravando situações políticas e administrativas consolidadas. Ademais, há importantes obras dos governos que começam a mudar a paisagem urbana: Escola Federal, Terminal Rodoviário, SESI, SAMU, Horto, FATEC, Casas Populares etc etc. Tudo isso pode, sim, ser creditado à sua conta política. Há agora, portanto, um momento de turbulência, porém o prefeito dá sinais de estar enfrentando-o com lucidez. Tem assumido uma postura corajosa. A de não liberar dinheiro público à Marcha religiosa, por exemplo, foi uma delas; a de suspender Festas de Peão e de Peixe foi outra e, principalmente, a de reagir aos que atuam no entorno do poder... Poio Novaes, dispensando o eufemismo diria: “mamando no poder”. Sim, o prefeito passa por um momento político delicado, sem apoio na Câmara, sem liderança... Mas o povo começa a ver com simpatia as ações que ele vem tomando, o que, no final das contas, é o que de fato conta.

Mas afinal, o que é Déjà Vu? Pronuncia-se “Deja vi”, um termo da língua francesa que significa “já visto”. Déjà Vu é uma reação psicológica que faz com que o cérebro transmita para o indivíduo que ele já esteve naquele lugar, sem jamais ter ido, ou que conhece alguém, mas que nunca a viu antes.

Déjà Vu é uma sensação que surge ocasionalmente, ocorre quando fazemos, dissemos ou vemos algo que dá a sensação de já ter feito ou visto antes, porém isso nunca ocorreu (porém, no propósito da coluna, ocorreu mesmo – grifo nosso). O Déjà Vu aparece como um “replay” de alguma cena, onde a pessoa tem certeza que já passou por aquele momento, mas, realmente, isso nunca ocorreu (mas, realmente, no propósito da coluna, ocorreu mesmo – grifo nosso).

 

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