Incerto, 2015 será o ano das aplicações mais conservadoras

1567 Jornal O Avaré 10/01/2015 08:29:02

Pequenos investidores devem ter cautela diante da perspectiva do quadro econômico

 

 

Diante da perspectiva de mais um ano de baixo crescimento econômico e de aumento da inflação e da taxa básica de juros, a recomendação é para que os pequenos investidores tenham cautela e optem por aplicações financeiras conservadoras, com rentabilidade pós-fixada. Mas fujam, se possível, da caderneta de poupança, que pode acabar rendendo menos do que a inflação até o final de 2015.

Entre as boas opções, segundo especialistas consultados pela reportagem, estão a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e, para quem tem alguma intimidade com investimentos e domínio de informática, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT). “Esta última é uma aplicação relativamente simples e barata, que pode ser feita a partir de cerca de R$ 300,00”, observa o corretor da Bolsa de Valores Leandro dos Santos Rosa.

A grande vantagem é que estes títulos do governo acompanham a variação da taxa Selic, que está, hoje, em 11,75% ao ano, com tendência de aumento até o fim de 2015. Sobre este investimento, no entanto, há incidência de Imposto de Renda (IR) e, se adquirido por meio de corretoras de valores, também de taxa de administração, que gira em torno de 0,3% ao ano sobre valor dos papéis.

As LFTs, no entanto, podem ser compradas diretamente do site do Tesouro Direto. “Hoje, elas são a melhor associação entre rentabilidade e segurança. O País precisaria quebrar para o investidor correr o risco de perdê-las”.

Assim como as LFTs, as LCI e LCA – títulos emitidos por bancos com lastro em empréstimos ao setor imobiliário ou do agronegócio - também são papéis com rentabilidade pós-fixada. A diferença é que estas remuneram um percentual do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), com a vantagem de serem isentas de IR. São mais indicadas, contudo, para quem pode investir a partir de R$ 50 mil.

“Se você aplica R$ 1 mil, o banco poderá oferecer rentabilidade de 70% do CDI, algo muito próximo da caderneta de poupança. Mas, se aplica R$ 50 mil, poderá receber 100% do CDI, o que já garante uma boa vantagem”, orienta o economista Reinaldo Cafeo.

Segurança

De acordo com ele, estes títulos possuem a mesma segurança da poupança, já que contam com Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até  R$ 250 mil (valor que o banco poderá devolver ao investidor em caso de falência).

A desvantagem, contudo, é que as LCI e LCA exigem prazo de carência, diferentemente da poupança, que começa a render a partir do primeiro mês de investimento. “Há aplicações que chegam a ter prazo de carência de 60 a 90 dias, durante o qual não se pode retirar o dinheiro”, aponta.

Assim como o economista, o corretor de valores Leandro Rosa analisa que aplicações em Fundos DI e Certificado de Depósito Bancário (CDB), embora rentáveis, são menos vantajosas. “No CDB, por exemplo, há incidência de Imposto de Renda sobre o ganho, começando com 22,5% para investimentos de até seis meses e, na melhor das hipóteses, chegando a 15% para aplicações acima de dois anos”, pontua Cafeo.


Poupança em baixa

Apesar de outras modalidades de aplicações terem ganhado espaço entre os pequenos investidores, a caderneta de poupança ainda permanece na preferência da grande maioria deles. Mas, diante da tendência de elevação da Selic, esta tradição poderá representar prejuízos.

Isso porque, com a taxa básica de juros acima de 8,5% ao ano, a poupança vem rendendo apenas 6,17% mais a Taxa Referencial (TR), totalizando uma remuneração anual de cerca de 7%. “Se a inflação continuar subindo, pode ser que o investidor comece a perder dinheiro ao manter suas reservas investidas nesta modalidade”, alerta o corretor de valores Leandro dos Santos Rosa.

Em levantamento divulgado nesta semana, a Fundação Getulio Vargas apontou que, em 2014, a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor-Semanal (IPC-S) fechou em 6,87%. Para 2015, as primeiras previsões do mercado financeiro apontam que o índice deverá ficar em 6,56%, ainda acima do teto do sistema de metas vigente no Brasil.

“Hoje, a poupança tem significado a mera manutenção de valores (sem desvalorização), com a vantagem de oferecer liquidez (facilidade para sacar a qualquer momento) e isenção de imposto de renda”, completa Reinaldo Cafeo.

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