Local para exames e aulas de autoescolas em Avaré é precário

3032 Jornal O Avaré 21/11/2016 00:56:29

O local usado para as aulas e provas práticas de alunos de autoescolas em Avaré (SP) é precário, conforme mostram imagens feitas pela TV TEM. O trabalho com os veículos é feito em frente à estação ferroviária abandonada da cidade. O antigo prédio está abandonado, sujo, sem banheiro utilizável ou algum bebedouro. À noite o espaço é usado para moradores de rua dormirem: “Tem instrutor que trabalha das 7h às 21h, e não tem banheiro, água, fica difícil para trabalhar”, reclama o instrutor José Gomes.
 
 
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) em Avaré alega que já ofereceu um terreno no Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel (Emapa). O local tem área coberta, banheiros e bebedouros, mas os donos das autoescolas rejeitaram a mudança, diz o órgão. O Detran-SP diz que o local foi cedido pela prefeitura; o Executivo confirma que cedeu o espaço e ele foi rejeitado. Diante das reclamações, o Detran-SP afirma que novamente tentará a mudança com as autoescolas.
 
 
Enquanto os donos das autoescolas, prefeitura e o Detran-SP não chegam a um acordo, alunos e instrutores continuaram sofrendo sem uma estrutura adequada. A diarista Renata de Camargo, por exemplo, já chegou a desmaiar em um dia de forte calor. Sem água ao menos para comprar, ela passou mal:
 
 
“Um sol muito quente das 15h30 às 16h, que era meu horário de aula, não tinha nenhuma água aqui. Eu comecei a suar frio e de repente começou a escurecer a vista. Duas vezes tentei sair com a moto, não consegui, ela morreu. Meu instrutor veio perguntar se eu estava bem e disse que não. Aí pedi para ele pegar a moto, porque eu cai de um lado e a moto caiu do outro. Tive que sair carregada pelo instrutor aqui”, descreve.
 
 
Nos dias de exame, em que há uma demora devido a quantidade de alunos, ter algo para beber ou comer só mesmo se trazer de casa. Mas se precisar ir ao banheiro não tem jeito. Pior ainda mais para as mulheres, comenta a empregada doméstica Mariana Vieira. “Tem mulher que passa dificuldade sem ter banheiro. Atrapalha no dia da prova, porque fica nervosa, ansiosa”, cita.
 
 
Em média, o preço para tirar a carteira de habilitação para carros e motos em Avaré é de R$ 1,3 mil. O que causa ainda mais revolta entre os alunos, ressalta o estudante João Biazon. “A estrutura é bem precária né, porque a gente paga um valor alto e não tem nenhum banheiro químico ou algo para comer. Porque a gente fica das 8h até as 11h30, 12h, e isso dá fome.”
 
 
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Autoescolas e Despachantes em Avaré (Sintraed), David de Souza Maia, contribui para as reclamações: “O Detran de Avaré e o município se comprometeram a providenciar um local adequado para exames, onde atenda as necessidades básicas do ser humano. Tanto do trabalhador quanto do aluno. Porém, nada foi resolvido. Ficou de fazer, de pintar, de instalar, mas nada foi feito e isso há dois anos. Infelizmente continuamos em um local sem estrutura básica”, conclui.
 
 
 
 
Fonte: G1.

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