Os Fatos e as Fotos nº 1

8326 Jornal O Avaré 21/10/2015 12:24:22

 

 

Os Fatos e as Fotos

(o que rola por aí)

e-mail: colunistacarloscam@gmail.com

Última chance

O título não nasceu aqui. Foi destacado no Editorial da Folha de São Paulo, edição de 13/09/2015. Explico! Segundo um leitor assíduo do jornal, por sinal Funcionário Público Municipal, a opinião do Conselho Editorial da “Folha” reflete, e muuiito, aquilo que também ocorre em Avaré.

Necessário frisar que alguns pontos da entrevista com o vereador avareense Marcelo Ortega-PV, levada ao ar no “Jornal Interativa” por Zenna Araújo na quarta-feira, 16, corroborou com a análise feita pelo atento ouvinte. Guardadas as devidas proporções concordamos de pronto; em quase tudo, salvo algumas colocações e modo particular de ver-analisar o atual momento político-econômico que o país (Folha) e a cidade (Zenna/Marcelo) vivenciam.

O texto da “Folha”, que expressa a realidade brasileira na ótica do quase centenário periódico (desde 1921) foi publicado com destaque na 1ª página, o que não é lá prática muito usual dos editores, refletindo assim a importância; e urgência; do tema abordado. No escrito (a tinta é do Janio de Freitas. Ou será do Clóvis Rossi? Contudo, com certeza, a caneta é do Otavio Frias Filho) nota-se a sua marca: um estilo ao mesmo tempo enfático e equilibrado. Foi apresentado com concisão a questão que tratou, desenvolveu claramente os argumentos que o Jornal defende e concluiu condensando a posição adotada pela Direção de Redação. Portanto, temos que respeitar.

 

              

Em 1992 o Diretório do PT avareense de Abel, Dirceu, Veppo e companheiros, era idealista; “Lula lá!” Alguns anos depois a burguesia tomou conta do partido a nível nacional e deu no que deu; todos sabemos do resultado. 

 

 

 

E o interlocutor avareense aproveitou o gancho para solicitar se, no momento, (fim de semana - 19 e 20/09) teria tempo livre para colaborar na adaptação do Editorial da “Folha de São Paulo” trazendo-o próximo da realidade de Avaré para ajudá-lo num futuro trabalho acadêmico (Huumm!!). Como se trata de um colaborador-informante constante da coluna, não poderia deixar de atender tal pedido; de certa forma, até inusitado. (Estamos bem de amigo, hein Ogunhê? Ainda porquê o “moço” agora é adepto do tal “café compartilhado”. Mas nunca paga). Esclareci que para tal mister, o estímulo deveria ser (será) o caos administrativo que Avaré atravessa em vários setores essenciais para a população, portanto de fácil abordagem jornalística. Desta forma, para realizar a parceria a contento, observei que, a princípio, seria recomendável só substituir no Editorial em questão (destacado em negrito) algumas citações, designações ou referências a nomes, partidos políticos e locais. Isso porque uma mudança mais generalizada em cima de uma redação da “Folha de São Paulo”, é como caminhar num cabo de aço esticado nas Cataratas do Niágara. “Bobeou, dançou!” Por exemplo: no lugar de Dilma, presidenta, (Huumm!!) colocar Poio, Prefeito. Em vez de País, Brasil, escrevemos Avaré; Congresso=Câmara Municipal; Deputados/Senadores=Vereadores e por aí vai! Vamos (devemos) salientar as frases substitutas com letras negritadas para uma melhor compreensão do “espírito da coisa”. A introdução de breves comentários quando (e se) ocorrer, estará marcada por colchetes ([ ]) deixando claro que a observação não constava do texto original. E o leitor, quando (e se) publicado, que tire a conclusão: “Não é mesmo um Déjà Vu que pode se verificar?” Começa Assim:

 

Última chance – Editorial [livre adaptação]

 

Às voltas com uma gravíssima crise político-econômica, que ajudou a criar e a que tem respondido de forma errática e descoordenada; vivendo a corrosão vertiginosa de seu apoio popular e parlamentar, a que se soma o desmantelamento ético do PMDB e dos partidos que lhe prestaram apoio, a administração Poio Novaes está por um fio.

O Prefeito abusou do direito de errar. Após trinta e três meses deste primeiro mandato, [eis que dificilmente conseguirá uma segunda gestão], perdeu a credibilidade e esgotou as reservas de paciência que a sociedade  [avareense] lhe tinha a conferir. [Culpa maior do ineficaz secretariado nomeado]. Precisa, agora, demonstrar que ainda tem capacidade política de apresentar rumos para o Município no tempo que lhe resta de governo.

Trata-se de reconhecer as alarmantes dimensões da atual crise e, sem hesitação, responder às emergências produzidas acima de tudo pela irresponsabilidade generalizada que se verificou nos últimos anos.

Medidas extremas precisam ser tomadas. [Exceção do corte de salário do Funcionário Municipal eficiente (ainda que sob o pretexto da abolição de horas extra) e da jornada de trabalho do serviço essencial]. Impõe-se que o prefeito as leve quanto antes à Câmara Municipal e a esta, que abandone a provocação [política] e a chantagem em prol da estabilidade econômica e social.

 

Também dos parlamentares depende o fim desta aflição; vereadores não podem se eximir de suas responsabilidades, muito menos imaginar que serão preservados caso Avaré sucumba.

É imprescindível conter o aumento da dívida consolidada e a degradação econômica [do Município]. Cortes nos gastos terão de ser feitos com radicalidade sem precedentes, [com o comedimento com festanças (Do Peão, Fampop etc), e de licitações para aquisições de bens e serviços ora desnecessários. De enfeites para as ruas no Natal, por exemplo] sob pena de que se tornem realidade pesadelos ainda piores, como o fantasma da inadimplência descontrolada.

A contenção de despesas deve se concentrar em benefícios perdulários da Caixa de Previdência Municipal – Avaréprev, [que necessita urgentemente de uma CPI – Comissão Parlamentar de Investigação] cujas regras estão em descompasso não só com a conjuntura, mas também com a evolução do quadro de funcionários que cresce dia a dia. [alguns poderão se aposentar com muito. Já outros, nem sabem se conseguirão o benefício!]. Mas não se pode voltar o facão para cortar subsídios a setores específicos da economia e desembolsos para parte dos programas sociais. [Por estas bandas, o repasse de verbas para as instituições são sempre o elo mais frágil da corrente].

 

Em janeiro de 1998 o PMDB avareense de Paulo Novaes, o Dr. Paulinho (ex-prefeito e Deputado Federal), de Rogélio Barchetti (vereador) recepciona Michel Temer (Deputado Federal e Presidente da República - interino). Bons tempos aqueles quando o partido era integrado por atuantes políticos.

 

 

As circunstâncias dramáticas também demandam uma investigação rigorosa de gastos compulsórios em saúde e educação, que se acompanharia de criteriosa revisão desses dispêndios no futuro. [Compras efetuadas, contratos celebrados e que os Conselhos Municipais instituídos junto a esses dois setores sejam cobrados por suas ações e penalizados pelas omissões].

Além de adotar iniciativas de fácil legibilidade, como a simbólica redução de Secretarias [Marcelo Ortega, na entrevista, disse que se fosse ele, deixaria apenas três: da Saúde, Educação e Assistência e Desenvolvimento Social (eu incluiria por minha conta, também as de Fazenda e Serviços/Obras); ou, no mínimo uma redução salarial desses nomeados, na casa dos 20%] e dos cargos comissionados [em regime de urgência-urgentíssima] devem-se providenciar mecanismos legais que resultem em efetivo controle das despesas; incluindo enxugamento do quadro. E dentre o funcionalismo concursado o mesmo procedimento- [aquele excedente nos vários departamentos municipais e em estágio probatório], condicionando sua expansão ao crescimento da arrecadação do município; das receitas (correntes, tributária, de contribuições, patrimonial, de serviços). [Que a “caneta” da Secretária Deira Villen seja apreendida, ainda torcendo para que os repasses governamentais voltem ao normal].

Embora drásticas tais medidas serão insuficientes para tapar o rombo orçamentário cavado pela inépcia da Administração Municipal. Uma vez implementadas, porém, darão ao governo crédito para demandar outro sacrifício, a saber; alguma elevação da já obscena carga tributária [ITBI, entre outros, lamentavelmente],   um fardo a ser repartido do modo mais justo possível entre as diversas camadas da população.

Não há, infelizmente, como fugir de um aumento de impostos, recorrendo-se a novas alíquotas sobre a renda dos mais privilegiados [IPTU, levando-se em consideração a localização e padrão arquitetônico do Imóvel] e à ampliação emergencial de taxas sobre serviços prestados [limpeza de terrenos, tapa buracos no pavimento de responsabilidade da Sabesp, etc, etc...] e impostos progressivos (IPTU) sobre casas e terrenos desocupados com fins de especulação imobiliária, por exemplo, eis que aqueles do “andar de cima” são sempre os maiores favorecidos.

Serão imensas, escusado dizer, as resistências da sociedade a iniciativas desse tipo. O município, contudo, não tem escolha. O Prefeito Poio Novaes, tampouco: não lhe restará, caso se dobre sob o peso da crise, senão abandonar suas responsabilidades como governante municipal e, eventualmente, o cargo. [E, se assim ocorrer, os tais “amigos”, que o jogaram “na fogueira”, por certo já estarão novamente reunidos, rindo, esperando o próximo governante eleito para integrarem outra vez o poder dominante].

 

[por: Candido Duarte/Carlos “Cam” Dantas]

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