Polícia investiga 14 mortes em série em Sorocaba (SP)

Assassinatos, alguns com características de execução, são registrados desde domingo. Polícia suspeita de participação do PCC

A Polícia Civil investiga catorze assassinatos em série que aconteceram em sete lugares diferentes de Sorocaba, no interior paulista. Os crimes foram registrados desde a noite do domingo. Uma das linhas de investigação é o possível elo das mortes - algumas com características de execução, segundo a polícia - com o homicídio de um policial militar na madrugada do domingo. Na quarta-feira, três corpos não identificados foram localizados em uma perua carbonizada e com marcas de tiros em uma estrada rural.

"Alguns crimes foram praticados da mesma forma, com abordagem parecida, mesmo calibre e perfil das vítimas similares", disse o delegado de Sorocaba, Marcos Carriel. Desde o início da semana, quando os crimes começaram a ser registrados, as Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), da capital, estão no município para reforçar o policiamento.

As execuções começaram 20 horas depois da morte do soldado Sandro Luiz Gomes, de 35 anos. Gomes patrulhava o bairro Paineiras com o sargento Antônio Correa Júnior, quando os ocupantes de um carro fizeram dezesseis disparos contra a viatura. Gomes morreu com um tiro na cabeça. O sargento foi atingido de raspão no pescoço.

Às 23h, no Jardim Casa Branca, mesma região do assassinato do PM, Renato Gomes e Samuel Soares, ambos de 26 anos, foram mortos em um campo de futebol por dois homens.

Na manhã de segunda-feira, uma vítima não identificada foi morta no Jardim Radio Club. À noite, Clayton Ravira, de 33 anos, Jonas Gomes, de 21, e Vinicios Monte, de 17, morreram com tiros na cabeça na Vila Nova Sorocaba, perto de onde o PM morreu.

Na terça-feira, na Vila Hortência, dois homens em uma moto mataram o aposentado Sidnei Oliveira, de 48 anos. À noite, no bairro Itanguá, dois homens a pé e com a cabeça coberta mataram Marlon Proença, de 16.

Meia hora depois, em um bar, dois homens encapuzados chegaram a pé e dispararam trinta vezes em frente ao estabelecimento. Morreram Fábio Lourenço, de 35 anos, Agostinho Pereira da Cruz, de 50, e Caio Cesar Nery, de 27. Dois ficaram feridos, entre eles o dono do bar.

Investigação - A Corregedoria da PM acompanha o caso, mas não abriu investigação oficial porque não há indícios de envolvimento de policiais. O suspeito do assassinato do PM foi preso em Itapeva, a 180 quilômetros de Sorocaba. A polícia trabalha com hipótese de que os crimes tenha ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As mortes seriam decorrência de uma dívida e parte do pagamento pela perda de um fuzil.