Região tem apenas 17% das cidades que digitalizaram postos de saúde

5711 Jornal O Avaré 16/03/2017 08:07:50

Apenas nove das 52 cidades da região de Itapetininga (SP), ou 17%, cumpriram a determinação do Ministério da Saúde em digitalizar os prontuários dos postos de saúde e Unidades Básicas de Saúde (UBS). O prazo para adequação já acabou em dezembro do ano passado. Tietê (SP) foi a última cidade da região a se adequar. “Facilitou muito mais, a gente não tem que ficar esperando muito tempo na fila”, afirma a paciente grávida Josilani da Costa Silva.
 
 
De acordo com o Ministério da Saúde, quem não conseguiu cumprir o prazo tinha que apresentar justificativas e um plano de trabalho para que a verba para programas como Saúde da Família e Brasil Sorridente não fossem suspensas. Mas o ministério alega que o objetivo não é suspender os recursos dos municípios que ainda não implantaram o prontuário eletrônico, e que por isso oferece apoio e suporte até a adequação total à nova forma de registro.
 
 
Além de Tietê, já digitalizaram os prontuários de postos de saúde os municípios Cerquilho (SP), Pereiras (SP), Porangaba (SP), Quadra (SP), Boituva (SP), Laranjal Paulista (SP), Sarapuí (SP) e Torre de Pedra (SP). O restante das cidades ainda trabalha com prontuários de pacientes em formato de papel.
 
 
Em Tietê, o município gastou aproximadamente R$ 7 mil com cabeamento para implantar o sistema. Os computadores vieram de doações e de emendas parlamentares. O sistema tem campos para o funcionário colocar qualquer tipo de informação. A queixa do paciente, se ele tomou um remédio recentemente e até orientações para os próximos atendimentos, diz o recepcionista de UBS Felipe Silva Gonsales.
 
 
 
 
“Com o prontuário eletrônico o paciente já chega e através do cartão SUS [Sistema Único de Saúde] nós conseguimos puxar todos os dados dele, os dados cadastrais, então fica mais fácil para nós conseguirmos localizar os problemas e doenças que ele tem, pois o prontuário eletrônico não permite perdas”, explica.
 
 
Depois de passar na recepção, o atendimento continua. Na pré-consulta, a técnica em enfermagem coloca no sistema dados como altura, peso, pressão. Na outra sala, a enfermeira já consegue ver todas essas informações sem precisar levantar da cadeira. A enfermeira Ana Cláudia Leite Moneia ressalta a facilidade gerada pela digitalização. 
 
 
“Os prontuários eram imensos, porque era desde a abertura, passava por ‘n’ atendimentos, consultas médicas, enfermagem, então tinham muitos papéis que se perdiam, muitas vezes no deslocamento de um paciente de um bairro para outro, então hoje a gente tem concentrado as informações e fiéis, fidedignas as informações ali registradas pelo profissional competente que abordou e a atendeu o paciente”, completa.
 
 
A diretora de Saúde de Tietê, Raquel Coan, afirma que apesar de implementado o sistema, há muito a evoluir. “Os nossos próximos passos são em relação ao treinamento dos funcionários. Alguns ainda têm uma certa dificuldade para operacionalização do sistema, então vamos procurar treiná-los da melhor forma possível para que eles possam, de fato, usar as melhores ferramentas que o sistema oferece.”
 
 
 
Prontuários no papel
 
 
Em São Miguel Arcanjo (SP), onde os prontuários ainda são de papel, os funcionários e pacientes dos postos de saúde precisam de paciência.  A recepcionista Tamiris Francine Martins Ferreira, por exemplo, às vezes leva minutos apenas para achar um documento nos arquivos.
 
 
 
 
“É meio estranho, às vezes a pessoa chega para pegar o prontuário e confunde com outro, junta os dois, aí acaba perdendo, some, é sempre tem que pegar. Tem que saber o endereço certinho da pessoa para saber pegar, porque é anexado por endereço, por rua e número da casa. Aí a pessoa chega, fala o nome da rua, número da rua, a gente vai até o endereço anexado na pasta arquivo e pega o prontuário”, explica.
 
 
E o mesmo ocorre com os outros funcionários do local em que trabalha. Sobre o sistema digital ainda não ter sido implantado, a secretária municipal de Saúde, Kátia Raskevicius, justifica que cidade não tem os equipamentos necessários para instalar o programa, mas que já está prevista a instalação do prontuário eletrônico nas unidades.
 
 
“Nós temos um convênio com o Ministério da Saúde e os recursos já estão no município. Então a gente vai adquirir os equipamentos. Nós pretendemos que até 1° de agosto a gente tenha comprado os equipamentos, porque nós vamos trocar a equipe. Inclusive os agentes comunitários irão sair para as visitas com os tablets e tudo eletrônico”, conclui.
 
 
Segundo a secretária, 50 computadores e 80 tablets serão comprados para as 7 unidades da cidade. Um gasto de R$ 200 mil. Um sistema pra deixar a vida dos funcionários e também dos pacientes mais prática.
 
 
 
Fonte: G1.

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