Tatuagens em bandidos podem indicar os crimes

67308 Jornal O Avaré 16/12/2013 00:20:00

 

Tatuagens em bandidos podem indicar os crimes

 

Não é regra, mas no mundo do crime, desenhos infantis e religiosos simbolizam crimes. As tatuagens servem para que eles se reconheçam dentro dos grupos criminosos. No código do crime, tatuagens formam um código onde cada uma representa o delito cometido ou mesmo uma afinidade com uma corrente criminosa.

 

A realidade das tatuagens dos criminosos é internacional, mas algumas especificidades e cada vez mais os criminosos usam tatuagens para criar identificação com o grupo. Entretanto, a existência da tatuagem não é condição para ser bandido e na maioria das vezes, as tatuagens dos criminosos não são feitas em estúdios profissionais e sim nas próprias celas.

 

Existe uma diferença grande entre as tatuagens feitas em estúdios, com os modernos aparelhos de segurança, que fazem das tatuagens verdadeiras obras de arte com as feitas em presídios, onde são usados, equipamentos rústicos e inadequados como pregos, arame, clipes e até ponta de caneta. São coloridas com tinta esferográfica, nanquim, tinta de parede, tinta a óleo, e até mesmo com a tinta de sacolas plásticas.

 

Muitas pessoas fazem a tatuagem sem saber os significados delas. A tatuagem artística virou moda, mas nas cadeias representam expressão de brutalidade, racismo, castigo, vingança, codificação para comunicar com outros criminosos, traços da personalidade do criminoso, crimes praticados, entre outros. É uma relação de poder, estipulada a partir da tatuagem, que cria uma hierarquia para saber quem manda e quem obedece, inclusive, fora da cadeia.

 

Uma estrela de cinco pontas pode significar que o preso é homicida; serpente: traidores e delatores; caveira trespassada por um punhal: assassinos de policiais, normalmente disfarçada entre outros signos; e a cruz com duas velas acesas na base, nas costas, em tamanho grande, indica alta periculosidade.

 

Já a imagem do diabo caracteriza que o portador é matador e tem prazer de conviver com a morte; borboleta: busca pela liberdade, planos de fuga, ou homossexualidade; carpa: chefes do crime; morte: assassinos de policiais, latrocínio, homicídio; mago: especialistas em sequestro e em resgate de presos; e gnomos e duendes: dependentes químicos. Já a tatuagem de coringa ou palhaço significa que o presidiário comete qualquer tipo de crime e pode ser feita em qualquer parte do corpo.

 

Um desenho de cruz nas costas pode simbolizar o bandido que mata, se vinga e a cruz com o crânio humano, no meio das costas: lealdade aos colegas de cela. Outra tatuagem muito usada no meio marginal é a forma de um punhal ou de uma faca isolada, onde o detentor desta marca vem a ser um indivíduo corajoso, valente e aceita enfrentar todo tipo de perigo. Uma das tatuagens que pode definir o crime de estupro é a imagem da Nossa Senhora, em tamanho grande nas costas.

 

Apesar das tatuagens em presídios serem proibidas em razão da apologia ao crime e aos símbolos criminosos, o uso de materiais não esterilizados é uma questão de saúde pública, pois o risco de uma infecção através do uso de objetos contaminados para fazer os desenhos é grande. Os objetos para confeccionar tatuagem têm o mesmo caráter proibitivo de armas ou drogas.

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